Os primeiros registros de uma celebração da Páscoa no Antigo Testamento referem-se a uma origem agro-pastoril (celebração da primavera). A Páscoa judaica já passa a fazer memória da saída do povo judeu da escravidão do Egito, com um duplo aspecto; dupla passagem: passagem de Deus (extermínio dos primogênitos) passagem do povo (travessia do Mar Vermelho) da escravidão pra a liberdade.
O capitulo 12 do livro do Êxodo traz em detalhes o modo como deveria ser celebrada a Páscoa e a sua significação teológica.
O texto de I Cor 5,7-8 ilustra a passagem que a Teologia Cristã faz do significado da Páscoa judaica à Páscoa Cristã. São Paulo chama Cristo de Nossa Páscoa. A Páscoa é Cristo e, em consequência disso, devemos viver uma vida nova. Nos primeiros tempos do Cristianismo, somente na Páscoa celebravam-se os sacramentos da iniciação cristã que era precedido pela caminhada do catecumenato. Surgira, então, a necessidade de uma preparação imediata dos catecúmenos (40 dias de penitência) para a celebração do Batismo. Assim nasce a Quaresma.
A Quaresma é um período de conversão penitência). Para os catecúmenos: preparação ao Batismo; para os já Batizados: busca de viver mais intensamente o Batismo em preparação à celebração da Páscoa.
As obras penitenciais da Quaresma remontam à origem do cristianismo. São elas:
- a) Jejum: penitência pessoal: eu comigo mesmo;
- b) Oração: unir-se ao Cristo orante: eu e Deus;
- c) Caridade: exercício da caridade fraterna: eu e o próximo.
A Reforma Litúrgica, promovida pelo Concílio Vaticano II, procurou resgatar a unidade do Tríduo Pascal:
A MISSA DA CEIA DO SENHOR celebra a instituição da Eucaristia, do Sacerdócio Ministerial e a entrega do Mandamento Novo, com o rito do Lava Pés.
Na SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO, com a Celebração da Paixão dividida em três partes, a liturgia conservou-se muito fiel à tradição litúrgica romana. As três partes são: a) Liturgia da Palavra – Primeira Leitura: cântico do servo sofredor (Isaías); Segunda Leitura: Cristo, sacerdote e autor do sacrifício e a leitura dialogada da Paixão. b) Oração Universal Solene: é a única celebração que a conserva. c) Adoração da Cruz: adora-se a cruz enquanto árvore da vida e não instrumento de tortura. Adora-se o mistério presente na realidade da cruz.
No SÁBADO celebra-se a sepultura do Senhor: a Igreja se põe junto ao túmulo de Cristo; celebra-
se também a descida do Senhor à mansão dos mortos. É igualmente um dia onde não se celebram os sacramentos, como na Sexta-feira da Paixão, exceto Penitência e Unção.
A VIGÍLIA PASCAL compreende: o lucernário (benção do fogo, preparação do Círio Pascal, procissão e benção pascal); a liturgia da palavra (uma riquíssima coletânea de leituras no número de sete) entoa-se o Glória solene, proclama-se a epístola, canta-se o Aleluia solene e segue o Evangelho da Ressurreição do Senhor; a liturgia Batismal ilustra essa noite por excelência dos batizados. Benze-se a água inclusive com o círio e a oração da benção, resgata o simbolismo da água na história da salvação: dilúvio, Mar Vermelho, origem do mundo, Jordão, etc.; a liturgia eucarística acontece normalmente como em toda celebração eucarística.
Chegamos ao DOMINGO DE PÁSCOA: como nossas vigílias não vão até amanhecer o dia, temos a necessidade de celebrar a missa do Domingo. Preparemo-nos com muita fé por meio desta Quaresma que se aproxima, para chegarmos à Semana Santa e celebrar com muita fé o momento mais FORTE e importante da nossa LITURGIA e de toda a nossa FÉ CRISTÃ.
Preparemo-nos com muita fé por meio desta Quaresma que se aproxima, para chegarmos à Semana Santa e celebrar com muita fé o momento mais FORTE e importante da nossa LITURGIA e de toda a nossa FÉ CRISTÃ.
Pe. Gilberto Antônio Boçon sdP
Originalmente publicado em: Voz dos Paduanos – Ano I – Edição 02 – Fevereiro/2013