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PAI DE TERNURA

Jesus viu a ternura de Deus em José: Como um pai se compadece dos filhos, assim se compadece o Senhor dos que o temem (Sl 103[102],13).

Muitas vezes, entendemos e temos como convicção para nós, que Deus só age nas nossas alegrias, mas, pelo contrário, é no sofrimento que sua obra se realiza plenamente. Pois o Senhor nos diz: Basta-te a minha graça; pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente (2Cor 12,7-9). Temos a perspectiva de que o mal não serve para aprender, mas é exatamente o oposto, pois o Espírito nos faz olhar e viver nossas fraquezas com ternura. A ternura é a melhor forma de tocar o que há de frágil em nós. Na maioria das vezes, o dedo apontado e o juízo que fazemos a respeito dos outros são sinais da incapacidade de acolher dentro de nós mesmos a nossa própria fraqueza, a nossa fragilidade. Só a ternura nos salvará da obra do Acusador (Ap 12,10). Por isso é importante encontrar a Misericórdia de Deus, especialmente no sacramento da Reconciliação, fazendo uma experiência de verdade e ternura. Entretanto, nós devemos saber que a verdade vinda de Deus não nos condena, mas nos acolhe, abraça, ampara e perdoa. A verdade se apresenta a nós como o Pai misericordioso da parábola (Lc 15,11-32): vem ao nosso encontro, devolve-nos a dignidade, levanta-nos, faz uma festa para nós, dando como motivo o fato de que este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado (Lc 15,24).

Deus nos ensina que ter fé inclui também acreditar que Ele pode intervir inclusive através dos nossos medos, das nossas fragilidades e das nossas fraquezas. Assim Ele nos ensina que, em meio às tempestades da vida, não devemos ter medo de entregar a Deus a condução da nossa barca. Por vezes, queremos controlar tudo, mas o olhar dEle vê sempre mais longe.

Texto adaptado – Fonte: (Carta Apostólica. Patris Corde – Por ocasião do 150° aniversário da declaração de São de José como Padroeiro universal da Igreja.)
Colaboração: Maria Eduarda
Foto: Lorena Romano