Na programação da Semana Santa de nossa paróquia, acontece uma paraliturgia antiquíssima da História da Igreja e que, por tempos e ainda hoje, é muito preservada por nosso estado, em especial, pela cidade de São João Del Rei que, de forma ainda mais forte, preserva o ritual em latim bem como os seus cantos e salmos. O ofício de trevas é o ofício das matinas e laudes (Liturgia das Horas) dos três últimos dias da Semana Santa (quarta, quinta e sexta-feira).
O nome não remonta a um ritual sombrio ou obscuro e tem diversas explicações, entre elas:
- as trevas naturais da noite ao anoitecer, ou seja, as horas destinadas à recitação do ofício, lembrando as palavras de Cristo preso nas trevas da noite: “Esta é a vossa hora e do poder das trevas” ( Lc 22, 53);
- as trevas litúrgicas quando, durante a cerimônia, apagam-se todas as luzes na igreja, exceto uma;
- as trevas simbólicas da paixão.
É rezado ao cair da noite. Um candelabro de quinze velas é colocado no presbitério. Uma delas é de cor branca e todas as outras são feitas de cera amarela e comum. As velas que vão sendo apagadas representam os discípulos que, pouco a pouco, abandonaram Nosso Senhor Jesus Cristo durante a Paixão.
A vela branca escondida atrás do altar e, mais tarde, outra vez visível, significa Nosso Senhor que, por breve tempo, retira-se do meio dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco depois, fulgurante de luz e de glória.
As luzes do templo que também são apagadas simbolizam o luto da Igreja e a escuridão que baixou sobre a terra quando Nosso Senhor morreu.
O barulho (Streptus) no final do ofício significa o terremoto e a perturbação dos inimigos e recorda a desordem que sucedeu na natureza, com a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Em nossa Paróquia, o Ofício de Trevas acontecerá na quarta-feira Santa, após a Santa Missa, por volta das vinte horas (20 h).
Para facilitar que você, fiel, acompanhe o ritual, será disponibilizado abaixo um PDF com o ritual completo. Acompanhe assiduamente os últimos passos do nosso Salvador.